sábado, 9 de agosto de 2008

Charlie Brown entrevista Nx Zero




Quando o Charlie Brown Jr foi formado, em 1992, o integrante mais velho do NxZero, o vocalista Di, tinha 7 anos de idade. Quando o Charlie Brown Jr abalou as estruturas do rock nacional com seu Transpiração Contínua Prolongada, em 1997, Di estava com doze anos e seus colegas de banda 13. O primeiro disco do NxZero saiu em 2004 e se chama Diálogo. Nesta época, o Charlie Brown Jr estava no seu sexto disco, Tamo Aí na Atividade.

As duas bandas têm em comum um público de espírito jovem, do mais rebelde ao mais retraído, e vivem momentos diferentes da carreira. É natural que haja uma curiosidade entre esses músicos e NxZero, que se apresenta na sexta-feira no Triângulo Music, e Charlie Brown Jr, que toca no sábado, toparam o desafio do CORREIO de Uberlândia e se entrevistaram. Veja o resultado. As perguntas e respostas do CBJr são do vocalista Chorão. As perguntas do NxZero são do guitarrista Gee e as respostas dele e do baixista Caco.

NXZERO: Quando eu tinha 15 anos, o Charlie Brown era uma das bandas que eu mais escutava. Isso influenciou diretamente a mim e ao o que o NX faz atualmente. O que isso significa pra você?

CHORÃO: É muito legal saber disso. O Charlie Brown sempre teve uma sonoridade forte e muito característica. A gente, junto com bandas como o Raimundos, O Rappa, Planet, Nação Zumbi, encabeçou uma safra muito relevante do rock nacional.

NXZERO: Depois de ter feito um filme, participado de campeonatos de skate, ser compositor, ser líder do Charlie Brown Jr, o que você tem vontade de realizar? Que sonho?

CHORÃO: Estou trabalhando no meu segundo filme que vai se chamar O Cobrador. Eu escrevi o roteiro, estou produzindo e vou fazer uma ponta. Isso sem falar na trilha, que junto com a banda e alguns convidados, já está em fase de desenvolvimento.

NXZERO: Eu já assisti a vários shows do Charlie Brown. As frases que você diz durante os shows são marcantes, boas, têm fundamento. Isso é por influências vividas por você?

CHORÃO: Quem sai de casa para ir num show vai para se divertir. A música tem essa função. E as mensagens que eu procuro passar nos shows não têm a intenção de dar lição de moral a ninguém, na verdade eu tento passar o que deu certo pra mim para o público que vai aos nossos shows. Tento aproveitar a oportunidade e a atenção que recebo em casa apresentação para fazer isso.

CHORÃO: Di, acho que vocês vêm lidando bem com todo esse sucesso que é resultado, sem dúvida de muito trabalho. Como que é pra você, um cara dos seus vinte e poucos anos, estar vivendo esse momento de grande ascensão?

NXZERO: É tudo muito novo, uma mudança brusca na rotina, mas é uma coisa que sempre quisemos. Desde os sete anos tínhamos banda e damos muito valor para o que está acontecendo agora. Procuramos manter os pés no chão pois são oportunidades que aparecem sempre, boas ou ruins, e cabe a nós decidirmos o caminho certo de uma forma natural. Todo o esforço que fizemos aqui tem que fazer valer agora porque essa é a hora da verdade. Temos que aproveitar este momento e se divertir muito.

CHORÃO: Quais as bandas nacionais de maior importância para vocês atualmente?

NXzERO: E muito difícil citar algumas, pois acho que cada uma contribuiu muito para enriquecer o cenário musical brasileiro, mas fora as bandas mais antigas como Capital inicial, CBJr, Titãs, Paralamas e muitas outras, Strike e o Fresno são bandas de extrema importância, por virem do mesmo lugar de onde saímos, contribui muito para o fortalecimento dessa uma nova geração.

CHORÃO: Todo mundo do meio artístico passa por isso: então, como é pra vocês lidar com a galera que joga contra, mesmo sem ter motivo, e que persiste em rotular vocês?

NXZERO: Hoje em dia nem ligamos mais, nunca fizemos um disco pensando em que prateleira da loja de CDs ele ficaria, mas sim qual o lugar que ele ocuparia na vida de alguém.

Rm 16 e Maria Fumaça têm em comum a entrada no Triângulo Music por voto popular e a batalha diária de uma banda independente que busca o sonho de viver da sua música. O baixista Alexandre Barbosa, da MaFu, e o vocalista da Rm 16, Fabinho, foram os entrevistadores desta rodada.

RM16: Qual a sensação de tocar no festival do tamanho do Triângulo music. Falem de emoção e expectativa.
MAFU: A expectativa é enorme. Queremos fazer grandes contatos, uma bela apresentação, na qual trabalhamos duas horas por dia para agradar em cheio aos fãs de música pop e black em todas as suas formas.

RM16: Vocês esperavam se classificar para a final ou não, foi surpresa?

MAFU: O nível estava ótimo, mas entramos na gana de mostrar o melhor possível. Queríamos ganhar e participar do evento era um passo que a banda deveria dar para continuar a crescer e conquistar mais espaços.

RM16: Vocês conhecem o som do RM 16, o que acham? A gente conheceu o de vocês e curtiu muito.

MAFU: Sou um bom pesquisador de música independente. Particularmente gosto de hardcore, não importa se é gospel ou não, o importante é tocar bem tocado e com uma boa mensagem, eu gostei da banda e quero ver ao vivo.

MAFU: O que vocês acham do mainstream da atual música brasileira e como se sentem tocando junto com vários ícones?

RM16: Eu acho que toca muito do que se toca demais na mídia fica sem o foco na música boa e o deixa apenas na venda. Não se preocupam mais com o que foi feito com a alma, só querem vender e ganhar em cima de direito autoral. Imagina o que é a tal “Egüinha Pocotó”? É vergonhoso. Quanto a tocar com bandas como as que foram escaladas para o festival, nos sentimos lisongeados, é um prazer enorme para gente tocar no meio dessas feras. Vamos aprender muito.

MAFU: O que os inflUencia, enquanto banda?

RM16: CPM 22, Rodox, além Das influências de cada um que convergem na Rm 16. Eu gosto muito de metal, tipo Iron Maiden, e entre os meninos tem fão de trash como Sepultura e hard rock como Nickelback.

MAFU: Qual a reaçao da moçada ao colocar o gospel e o hardcore lado a lado?

RM16: Tem sido bem aceito o fato de ser gospel e ser hardcore. Não ouvi algo parecido antes e não sofremos preconceito de bandas seculares – não gospel.

A banda Maria Fumaça encerra a sexta-feira no Triângulo Music e a Rm 16 fechará o festival no sábado.

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