terça-feira, 5 de agosto de 2008

Vocalista do NX Zero, que toca domingo no Vivo Rio, comenta novo CD, cujas letras trazem desabafo da banda


RIO - O CD de estréia do NX Zero fez do quinteto uma das bandas de rock de maior sucesso do país. Mas, após dois anos em turnê, era hora de trocar o disco. Domingo, às 20h, o grupo baixa no Vivo Rio com o novo "Agora" (inteira de R$ 50 a R$ 120 e não recomendável a menores de 15 anos). O nome é oportuno para um álbum feito na correria por uma turma a fim de se valer do bom momento.

- Quase tudo foi escrito entre um show e outro, e muitas músicas falam de coisas que vivemos na turnê. Atraímos vários sentimentos. Tanto de afeição quanto de inveja. Conhecemos pessoas legais e outras que não queriam nos ver bem - comenta o vocalista Di Ferrero.

As críticas de que a banda paulista combina letras de auto-ajuda e acordes repetitivos ainda são pertinentes. Mas, ao menos, "Agora" traz um pouco mais de densidade, em boa parte graças ao uso de novos instrumentos, como violinos e banjo. Para Di, é mais que isso. Num papo com a Megazine, ele comenta as 15 faixas e diz haver semelhanças com Pink Floyd, Foo Fighters e Blink 182. Tem que ouvir para crer (ou não).
"CEDO OU TARDE": "Eu estava na casa do Gee (Rocha, guitarrista). Ele contou que tinha só 2 anos quando perdeu o pai e disse que gostaria de mandar uma carta para ele. Escrevi em cima da história."

"DAQUI PRA FRENTE": "A música começa com uma respiração forte, vozes soltas. A gente pôs um ritmo 'da hora', e a letra dá a déia de que tudo vai renovar. Para todo mundo."

"ENTRE NÓS DOIS": "O Gee fez essa. A gente levou para o estúdio e só deu um tapa. É sobre coisas do cotidiano, aqueles olhares que se cruzam, e ninguém precisa dizer mais nada."

"BEM OU MAL": "Reflexo das experiências na turnê. Tudo na vida tem seus lados bom e ruim. Com o crescimento, atraímos vários sentimentos. Tanto de afeição quanto de inveja. Conhecemos pessoas legais e outras que não queriam nos ver bem. Fomos rotulados, mas superamos."

"ALÉM DAS PALAVRAS": "É meio que a continuação da faixa anterior. É como uma música de transição. Uma coisa meio Pink Floyd, como se o disco fosse uma história, mesmo. E tem uma construção diferente."

"SILÊNCIO": "O Tavares e o Lucas, do Fresno, escreveram esta. São nossos amigos e viram que a gente estava na correria. Fizemos os arranjos no estúdio. A letra fala que, às vezes, o silêncio é importante numa conversa."

"SEGUNDA CHANCE": "O CD de estréia foi a primeira chance, e temos orgulho dele. Agora temos uma chance de conquistar ainda mais. A música é veloz e superalegre. Tem a ver com nosso momento".

"CARTAS PRA VOCÊ": "Entrou aos 45 do segundo tempo. O CD estava praticamente pronto, mas eu queria uma faixa mais acústica. Achei essa melodia do Gee meio Jack Johnson. Aí fiz a letra em coisa de cinco minutos. É uma música para luau."

"TUDO BEM": "É a melhor letra. Um desabafo. Fala de inveja, coisas que todo mundo vive. A gente começou a dar certo, e quiseram nos ver por baixo. Mas passamos por cima disso."

"NUNCA MAIS": "Foi uma das nossas primeiras músicas. Devia ter entrado no primeiro CD. Tem pegada mais hardcore, meio Blink 182. Ela mudou umas 70 mil vezes. Era muito mais pesadona."

"MELHOR PARTE DE MIM": "Você tem de pensar positivo, com a melhor parte de si. E se apoiar em quem confia. Meu herói é meu pai. A música começa devagar e explode no fim. Lembra Foo Fighters."

"INIMIGO INVISÍVEL": "Escrevi num dia péssimo, com raiva. A gente viveu muita coisa em pouco tempo. Inimigo invisível é o sentimento ruim que te derruba. Vomitei essa letra. Um cara me disse que faz pensar no chefe. Achei engraçado."

"O DESTINO": "Íamos tocar só com o piano acompanhando, mas tentamos um reggae, e ficou ótimo. Deixa o disco mais eclético."

"DIFERENÇAS": "É a mais doida. É um cara brigando consigo mesmo. Tem dias em que você ouve vozes opostas. A música é mórbida, sombria. A gente chamava de 'Cemitério'. Ela fecha o CD, como se abríssemos a gaiola dos loucos."

"APENAS MAIS UMA DE AMOR": "É a faixa bônus, uma jam com a música do Lulu Santos (ouça aqui) . Todo mundo sabia tocar. Falei com o Lulu no bastidor do Prêmio Multishow (do qual o NX Zero saiu consagrado, com três troféus), e ele disse 'eu não faria melhor'. Claro que estava brincando."
Fonte: Globo online

Nenhum comentário: